PARA AS MÃES:
Não se pode adiar o amor. Nem os gestos doces. Nem as
palavras mansas. Nem os beijos. Não se pode lutar contra o calor do seu
colo. Nem contra a força dos seus abraços. Nem contra o poder das suas
palavras.
Não se pode perder tempo porque o tempo é curto, apesar da
luz ser infinita. Por isso, é preciso dizer que a amamos, que
reconhecemos os seus passos na noite, que ouvimos a sua voz
mesmo quando ela (já) não está. Por isso, é preciso entender que o seu
ventre continua a alimentar a nossa vida, que os seus olhos continuam a
iluminar as nossas solidões, que o seu colo continua a proteger-nos dos
pesadelos que nos atacam os sentidos.
Um dia, escrevi que as mães
são beijos de Deus. Não me ocorre nada melhor, hoje. Hoje, queria saber
escrever o sol e mostrar o seu calor; escrever paz e mostrar as suas
asas: escrever beijo e ter o dom da cura; escrever flor e revelar a
alegria colorida da meninice, da juventude, do ontem, do hoje e do
amanhã; escrever gratidão e dizer o resto.
Não se pode adiar o amor. Nunca. É preciso dizer
- meu amor
a quem se ama. Chamar
- Mãe
e guardar no para sempre de nós, mesmo quando o tempo for de silêncio, a voz de Deus:
- vida da minha vida.
Não se pode adiar o amor. Nem os gestos bons. Nem os abraços. E todos
os dias são dia das mães. Da minha que está ao pé de mim. E da sua que
está mais perto dos anjos e que olha por si como se continuasse a ser um
menino.
Não adie os beijos. Depois, pode ser demasiado tarde.
in JM 6/05
Funchal - Ilha da Madeira - Portugal
Lurdinha...
ResponderExcluirentre no meu blog e você verá o texto de Drummond em homenagem as mães!
Obrigada... Nadine.