quarta-feira, 23 de abril de 2014

Dia Mundial do livro


Biblioteca verde
Carlos Drummond de Andrade
Papai, me compra a Biblioteca Internacional de Obras Célebres.
São só 24 volumes encadernados
Em percalina verde.
Meu filho, é livro demais para uma criança.
Compra assim mesmo, pai, eu cresço logo.
Quando crescer eu compro. Agora, não.
Papai, me compra agora. É em percalina verde,
Só 24 volumes. Compra, compra, compra.
Fica quieto, menino, eu vou comprar.

Rio de Janeiro? Aqui é o coronel.
Me mande urgente sua Biblioteca
Bem acondicionada, não quero defeito.
Se vier com arranhão recuso, já sabe:
quero devolução de meu dinheiro.
Está bem, Coronel, ordens são ordens.
Segue a Biblioteca pelo trem-de-ferro,
Fino caixote de alumínio e pinho.
Termina o ramal, o burro de carga
Vai levando tamanho universo.

Chega cheirando a papel novo, mata
de pinheiros toda verde. Sou
o mais rico menino destas redondezas.
(Orgulho, não; inveja de mim mesmo.)
Ninguém mais aqui possui a coleção
das Obras Célebres. Tenho de ler tudo.
Antes de ler, que bom passar a mão
no som da percalina, esse cristal
de fluida transparência: verde, verde.
Amanhã começo a ler. Agora não.

Agora quero ver figuras. Todas.
Templo de Tebas. Osíris, Medusa,
Apolo nu, Vênus nua... Nossa
Senhora, tem disso nos livros?
Depressa, as letras. Careço ler tudo.
A mãe se queixa: Não dorme este menino.
O irmão reclama: Apaga a luz, cretino!
Espermacete cai na cama, queima
a perna, o sono. Olha que eu tomo e rasgo
essa Biblioteca antes que pegue fogo
na casa. Vai dormir, menino, antes que eu perca
a paciência e te dê uma sova. Dorme,
filhinho meu, tão doido, tão fraquinho.

Mas leio, leio. Em filosofias
tropeço e caio, cavalgo de novo
meu verde livro, em cavalarias
me perco, medievo; em contos, poemas
me vejo viver. Como te devoro,
verde pastagem. Ou antes carruagem
de fugir de mim e me trazer de volta
à casa a qualquer hora num fechar
de páginas?
 
Tudo que sei é ela que me ensina.
O que saberei, o que não saberei
Nunca,
está na Biblioteca em verde murmúrio
de flauta-percalina eternamente.





 LIVRO: a troca

Lygia Bojunga Nunes



Pra mim, livro é vida; desde que eu era muito pequena
os livros me deram casa e comida.
Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo;
em pé, fazia parede; deitado, fazia degrau de escada;
inclinado, encostava num outro e fazia telhado.
E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá
dentro pra brincar de morar em livro.
De casa em casa eu fui descobrindo o mundo (de tanto
olhar pras paredes). Primeiro, olhando desenhos; depois,
decifrando palavras.
Fui crescendo; e derrubei telhados com a cabeça.
Mas fui pegando intimidade com as palavras. E quanto
mais íntima a gente ficava, menos eu ia me lembrando
de consertar o telhado ou de construir novas casas.
Só por causa de uma razão: o livro agora alimentava
a minha imaginação.
Todo o dia a minha imaginação comia, comia e comia;
e de barriga assim toda cheia, me levava pra morar no
mundo inteiro: iglu, cabana, palácio, arranha-céu,
era só escolher e pronto, o livro me dava.
Foi assim que, devagarinho, me habituei com essa troca
tão gostosa que - no meu jeito de ver as coisas -
é a troca da própria vida; quanto mais eu buscava no
livro, mais ele me dava.
Mas como a gente tem mania de sempre querer mais,
eu cismei um dia de alargar a troca: comecei a fabricar
tijolo pra - em algum lugar - uma criança juntar com
outros, e levantar a casa onde ela vai morar.
LIVRO: a troca, de Lygia Bojunga. In: Livro: um encontro. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga,
 2010. p.8-9.

MATÉRIA DA SOMATIVA


  • Interpretação de textos: gêneros diversos.
  • Letra e fonema.
  • Encontros vocálicos: ditongo, tritongo.
  • Hiato e dígrafo.
  • Emprego das letras.
Todo conteúdo está disponível no livro didático, na Gramática e nas anotações dos cadernos.
Bom estudo.



sábado, 19 de abril de 2014

Homenagem a Gabriel Garcia Marques

Foto
Dizia Gabriel, chamado carinhosamente de Gabo:
"A vida não é apenas para ser vivida mas para ser contada".
Assim como Guimarães Rosa, Gabo nasceu numa cidadezinha da Colômbia, Aracataca, que só ficou conhecida por causa do escritor. Guimarães tornou Cordisburgo, pequena cidade de Minas, um município importante.
Acessem os links para ficar mais informado.
http://www.brasil247.com/pt/247/cultura/137233/Mia-Couto-presta-sua-homenagem-a-Gabo.htm
http://tvuol.uol.com.br/video/cidade-natal-tem-dia-de-homenagens-a-gabo-04020E9C3860C0815326
http://www.otempo.com.br/

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Produção de texto

Leia com atenção o texto.
"Há milhões de anos, os homens que habitavam a Terra viviam de forma muito diferente da nossa maneira de viver. Sempre em pequenos bandos, caçavam e pescavam para sobreviver, moravam em cavernas e usavam pedaços de madeira e pedra para se protegerem dos ataques de animais grandes. 
      Os bandos não eram organizados e a comunicação entre eles era bastante primitiva: uivavam e gesticulavam, tendo as mãos como principal instrumento de sobrevivência. 
      Com o aumento da população e a escassez de alimentos, o homem foi modificando o seu modo de viver, buscando em novas formas, mais seguras e eficientes, o suprimento para as suas necessidades. Para que tudo isso acontecesse, a principal modificação foi aperfeiçoar a comunicação entre eles, pois seria complicado organizar estratégias de caça, pesca e outros apenas por ruídos e gestos (mímicas). Foi a partir daí, que se originou a linguagem falada.
 
      O homem primitivo, percebendo que a necessidade de sobrevivência se tornava cada vez maior e por causas externas advindas do meio ambiente (frio intenso), passou muito tempo dentro das cavernas e ali começou a fazer seus primeiros desenhos nas paredes, representando a sua vida diária. 
      Esses desenhos são os primeiros passos para o surgimento da escrita. Conforme a necessidade de sobrevivência do homem foi evoluindo, a forma da escrita também foi evoluindo, atendendo assim as suas necessidades",. 

PEREIRA, C. M.; MARQUES, V. P.; TORRES, E. F. Dos tempos da caverna ao computador. In: Revista Universidade e Sociedade, Ano 13, n. 17, jun. 1998 p. 28-30.


Complete o texto acima, acrescentando às informações como a escrita surgiu. Com base nos textos lidos, na leitura do livro " Pequena história da escrita" e nos sites indicados no blog, faça uma pequena produção. Produza seu texto em folha separada e entregue-o na segunda-feira,  dia 28/04. O texto deve ter de 15 a 20 linhas. Releia o que você escreveu e veja se nele está contido a informação pedida: como a escrita surgiu na humanidade.




A HISTÓRIA DA ESCRITA

Alguns vídeos ajudarão vocês no estudo sobre a escrita e a sua origem. Aproveitem para estudar sobre o tema.
Origem e evolução da escrita
https://www.youtube.com/watch?v=hm57sbyIiuU
História da escrita parte 1
 https://www.youtube.com/watch?v=r7yeiRtc1fA
História da escrita parte 2
https://www.youtube.com/watch?v=Axx6lvjZdCQ

Continue o estudo, acessando este endereço:
http://webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/material/impresso/imp_basico/e1_assuntos_a1.html
Leitura em PDF
http://www.amaury.pro.br/textos/Escrita_Historia.pdf

quinta-feira, 10 de abril de 2014

quinta-feira, 3 de abril de 2014